domingo, 23 de setembro de 2012

A hora da tulipa

Eu gosto de tulipas. 
Muito. Bastante mesmo.
Não tem tanta explicação lógica, mas uma é que derivam de uma família de plantas que tem o meu nome...as "Lilis..não o que lá"..rs
E também gosto porque elas são discretas. Porque gostam de frio. 
E porque são bonitas fechadinhas. Sem precisar desabrocharem. 
E quase nunca o fazem.
Acho que sou uma tulipa. 
E da mesma maneira que ela, gero espanto quando 'desabrocho'. (palavra feia)
Mas as pessoas deveriam saber que tulipas desabrocham. Nasceram para isso, e em algum momento o farão. 
Mas o desabrochar da tulipas, o fato de se abrirem sorridentes ao mundo, meio que espreguiçando um sorriso, isso espanta. 
Ué a tulipa 'abriu'?
E ficam lá com cara de ué.
Eu como boa tulipa que sou, tímida, não entendo o estranhar, e por vezes, volto à forma normal. Por receio mesmo de gerar o olhar torto. 
Só que às vezes, bate um calorzinho, um iluminar de sol tão gostoso, que não dá. Minhas pétalas pedem por ar. 
E é meio assim, numa vida de duas estações, primavera e inverno, que a gente vive. 
E quando desabrochar, não olhem com estranheza. Admirem. E só.
Sou tulipa que vai abrir. Lilian que vai desabrochar.

*Saliento minha implicância com o verbo desabrochar. Rá. 
Beijo-Li

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ensaio sobre a vida. (até onde eu sei)


Ensaio sobre a vida. (até onde eu sei)

E ela passa. Essa é a única conclusão que cheguei até agora.
Se você deixar, ela se vai e nem se sente.
Pode-se perder num deslize ou mesmo sem fraquejar.
É implacável, nada supera sua força de ser e estar.
Ela chama, convoca. Poucas vezes deixa a gente a falar.
Dá pra gente colorir, desenhar, inventar. Dá pra fazer recortes e colar por cima.
Vida é coisa maleável. Mas rarefeita.
E por vezes, todos tem mais de uma.
A gente chora por vida, nasce por vida, morre por vida. Vive por vida.
Nunca vi por aí uma vida com pressa. A gente é que tem.
É cheia de desencontros. Mas tem veias e raízes em todo lugar.
E quando a gente perde ela de vista, adeus vida.
Vida é bicho que não se pode segurar. Nem soltar demais. Nem esquecer em casa.
Assim, feito bichinho...merece carinho e precisa sempre de alguém pra olhar.
Não aprendi bem do que se alimenta, mas sei que com sorriso dá pra sustentar.
Algumas vezes ela empaca, e olha, é difícil de fazer andar. Mas como bicho independente que é, a vida logo trata de andar.
Vai pelo meio-fio, desafia a gravidade e acha que sabe voar.   
Ela conversa, conhece, se enche, esvazia. E pelo que entendi, pra ser boa vai ser assim: bem vivida, a Vida.

Bjo-Li

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O cara que não sorri


E ele não sorria. 
Não importava a piada, a ocasião. Nenhuma palavra, ou situação esboçava nele uma gargalhada. 
O que teria feito a vida pra lhe tirar o sabor da boca aberta e dentes à mostra?
Ou ainda, o que teria feito a boca pra que ele escondesse da vida o riso?
E então, meu caro, por que você não sorri?
Achava graça, contava histórias, fazia piadas. No máximo ruborizava, encolhia a cabeça entre os ombros e voltava a postura séria.
Não, esse cara não sorri.
Olhos claros, por vezes, pareciam mel derretendo ao longo de um momento de humor. Mas os lábios continuavam lá. Cerrados. Os dentes virgens talvez estivessem fechados para balanço. Vai saber. 
Ele abraça, ele compartilha, ele sonha. Ele até faz cafuné. Mas não, ele não sorri.
Olha no relógio e em volta, vê a vida passar. Participa, elogia. Mas não, ele não sorri.
E todo mundo olha, e duvida. E estranha. Ele sabe, compreende e não se acanha.
E mesmo com toda a graça, com tanta cócega, não adianta. Ele não sorri.
Pra mim, é um castigo pro mundo. Pra ele, um refúgio pra si.


Beijo-Li
;-)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Preguiça.


Preguiça.

Preguiça de gente. Preguiça de coisas.
Preguiça de gente que não dá bom dia e vem pedir favores.
Preguiça de gente que fala e faz o contrário.
Preguiça de gente que sabe o certo e faz o errado só pra dizer que é imperfeito mesmo.
Preguiça de dar valor, valor e valor a tudo o que valha, ou não.
Preguiça de gente que se diz cristã e não vive o Reino.
Preguiça de gente que não respeita a inteligência alheia, que acha que tudo é orgulho.
Preguiça de gente que ama pela metade.
Preguiça de gente que ama os outros mais que a si.
Preguiça de gente que faz o mínimo e nunca quer dar o máximo.
Preguiça de gente que fala que é seu amigo e não é.
Preguiça de ligações melosas com mentiras quando a verdade é fria.
Preguiça de inconstância.
Preguiça de chegar cedo no sentimento, sair por último sozinha e ter a tarefa de apagar a luz.
Preguiça de dar o F5 na inbox.
Preguiça de gente que diz que eu sumi, mas não vem me procurar.
Preguiça da figura de quem não entende, sarcasmo, persuasão e linguagem fática.
Preguiça de dar tchau e mandar um beijo pra você, leitor querido e paciente.
Preguiça...só assim.