domingo, 19 de setembro de 2010

Deixa o que você leva.

Olás, 


Por vezes, em momentos de pensamento profundo ou insônia (como agora), passa aqui na cachola uma Teoria. Talvez conhecida por alguns, mas que na minha cabeça, fui eu quem inventou. 
A Teoria da Bagagem. Ela diz sobre o que você leva ou deixa no caminho. Esse caminho pode ser uma viagem, e nesse caso, a bagagem ser bagagem mesmo. 
Mas se você colocar o caminho como sua vida, ela toma outro sentido. 
E aí, nessa Teoria, eu fico refletindo. O que poderia deixar pra trás que não sentiria falta? 
Ou ainda, o que tem de pesado na minha 'mala' que eu tenha que deixar pra trás pra seguir mais leve?
Em alguns casos, não adianta dobrar minuciosamente, fechar à vácuo, usar todos os espaços vagos. 
Às vezes, temos que deixar no caminho algumas coisas. Tirar da mala, olhar pela última vez e partir. 
Não pensar no espaço vago, nem no alívio de peso. Sim, porque algumas vezes, se pesa mais quando descarregamos os ítens. 
Não penso também no que vou colocar no lugar, no que pode ocupar o mesmo espaço, do mesmo jeito, talvez mais leve. 
É escolha. Inúmeros critérios pra justificar só um objetivo: tirar da bagagem. 
Às vezes, carregamos coisas demais. Passamos por outras que não merecíamos. Exatamente porque carregamos a 'bagagem extra'. 
Em mim, a hora certa de me desfazer de algo, é quando a dor na mente é maior que a das costas por carregar tudo. 
E friamente, abro a mala. Uma última olhada, um sopetão. Pronto. 
Engraçado como sempre faz frio. Sempre venta e parece ter terremoto também. 
Aperto o passo e sigo. Nunca volto ao "Achados e Perdidos". Nunca. 


Beijo-Li
;-)

sábado, 11 de setembro de 2010

Eu Li sobre a Teo-Demo-cracia

Olás, 

Texto de abril deste ano...Eu Li, mas continuo lendo...

Ensaio sobre a Teo-Demo-cracia

Quantos Cristos existiram, afinal?



Pergunto isso, porque de alguma maneira parecem ter existido inúmeros e cada um com uma mente diferente.

Tenho vários amigos cristãos, de diversas ‘denominações’... e ultimamente tenho sido muito cética em alguns quesitos. Não que eles (quesitos) determinem a verdade, mas me levam a questionar o quão fiel à imagem e semelhança de Deus eu tenho sido.

Do princípio? Tá bom...denominações. Caramba! Uns do fogo na língua, outros com fogo no pé, uns em outras partes. Ainda há os quase bombeiros, que é só falar em fogo que se apagam. Uns que limitam, outros que abrangem todos, ou ainda os que escolhem.

Hoje, tem igreja pra gente tradicional, pós-moderna, neo-pentecostal, pluri-pentecostal, extravagante, tatuada, chegada ao sexo, do rock, do surf, do axé. Tem das celebridades, dos ricos, dos que querem ficar ricos.

Fico imaginando – espero não pecar com isso – como é que Jesus enxerga essa embromação toda. Se na época dele, já soltava os cachorros quando os discípulos tentavam complicar as cosas, imagine hoje!

Gente comercializando o que é de ‘graça’, abusando da boa-fé e do sofrimento dos outros. E não me refiro só a dinheiro!

Falo de gente que se entorpece e se oferece à instituições que abusam, ferem e prejudicam. Falo de gente que se frustra por não reconhecer na liderança o mínimo de atitude concernente com a palavra.

Falo de gente que começa a odiar a Cristo, porque a única experiência que teve através de pessoas foi completamente frustrada. Gente que desconhece o amor, a paz e a alegria. Que desconfia do abraço acolhedor e da mão tão quente do Pai.

Gente que hoje, blasfema contra suas próprias escolhas e não reconhece mais a voz do Bom Pastor.

A responsabilidade de representar o verdadeiro Cristo aqui na terra é minha, é sua. De todos os que acreditam nele. Faça isso com responsabilidade. Se não conseguir, desista. Antes frio, do que morno. Foi ele mesmo quem recomendou.

Não faça pela metade. Não faça mal feito. Não faça do seu jeito.
Acredite, o lobo com pele de cordeiro, pode sim ser você. Aprenda de verdade, diretamente com quem ‘conhece’ a história.

Resolvi escrever sobre isso, exatamente porque cheguei à conclusão de quantas ‘idiotices eclesiásticas’ eu já acreditei nessa vida. E olha, só tenho 26 anos!

Quantas ‘fábulas de velhas caducas’, quantas coisas distantes da simplicidade e pureza que é a revelação de Cristo pra nós.

Que Cristo eu estou seguindo, afinal?

O Cristo que julga pessoas, que castiga, que discrimina? Se sim, onde foi que eu o encontrei? Porque na bíblia, certamente ele não está.

Tenho receio de tê-lo encontrado na igreja. De ter conhecido ele lá. Medo de que ele tenha sido me apresentado como a verdade. Uma verdade idiota, impura, injusta. Que não ama, nem aceita. Mas que aprisiona, que dissimula. Que não cura, nem ressuscita ninguém. Ao contrário, que mata. Mata sonhos, relacionamentos. Mata gente, de verdade.

Não sei mais se eu quero o Cristo da Igreja. Até porque não tenho mais tanta certeza de que ele mora lá.

Na minha cabeça, ele está nas ruas, andando em meio aos que realmente precisam. Salvando gente, cuidando. O único Cristo, o que realmente existiu e vive hoje, infelizmente, talvez esteja bem longe da Igreja. Acho que desistiu de somente carimbar nossos protocolos e selar nossas regras de fé e prática que tantos ostentamos. Se cansou de ouvir nossas orações fingidas, nosso orgulho reprimido, nosso medo disfarçado.

Mas ainda assim está acessível. Livre e vivo pra quem o quiser achar. Até porque, acho que presos e mortos, estamos nós.

Beijo-Li
;-)










quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pena que não é só dó.

Olás, 


Passou pela minha cachola, um sentimento que tenho quando vejo algumas coisas. 
Todo mundo tem dó das crianças famintas na África, dos bebês abandonados na China, dos mendigos passando frio nas noites de inverno. 
Eu também tenho dó. Compaixão, lástima, comiseração, tristeza.
Mas quando vejo gente se perdendo. Não só nas drogas, alcóol, vícios. Mas em coisas que corrompem a vida tanto quanto estes. 
Tenho dó de gente amargurada. 
Tenho dó de gente que não consegue conservar amizades ou um amor.
Tenho dó de gente que sorri e no outro instante atira pedras. 
Tenho dó de gente que se preocupa tanto em corrigir os outros, que não olha mais pra si.
Tenho dó de gente que grita, sem ouvir. 
Dó de gente que se anula, se mutila, não se valoriza. 
Dó de gente que inveja os outros. 
Dó de gente que passa o final de semana sozinho porque ninguém chamou pra sair.
Dó de gente que se julga incapaz sem tentar. 
Dó de gente insatisfeita com o sexo que tem. 
Dó de gente que não amadurece. 
Dó de gente que fica bem de branco, mas ainda ostenta um sorriso amarelo. 
Dó de gente que magoa outros, fazendo por vontade mesmo. 
Segundo alguns, eu não deveria. Mas tenho! Faço o que?
Observo, contemplo, assisto, às vezes tento estender a mão ou então acho graça. 
E exatamente por me comover, concluo: as pessoas são exatamente aquilo que querem ser. E disso, não dá pra ter dó.


Beijo-Li
;-)