quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Completa o que falta ou falta o que completa?

Olás, 


Depois de pensar sobre saudade, passou por aqui um pensamento de como as pessoas por vezes se completam. 
Pode ser no olhar, ao entender as expressões, ao olhar pro mesmo ponto. 
Talvez o mesmo riso, as mesmas piadas. Achar eco nas frases, nas angústias. 
Algumas vezes o que preenche é exatamente o que falta. Aquilo que falta no outro e sobra em você. Sensibilidade, timidez, ousadia. 
Dentre aqueles que se relacionam comigo o que nos une (ou não) é o quão saborosa é essa sensação de 'completude'. 
É o conhecer os limites e saber ler os gestos. Até mesmo adivinhar as palavras e reações. 
Não acredito que sejamos seres 'pela metade', que precisam sair por aí, caçando a tampa ou pé de chinelos. Mas creio que algumas pessoas despertam na gente a sensação de 'fico melhor com você'.
Descobrir identificação e se completar com alguém, por vezes, tem esse gostinho.
E como se completa? 
Nesse quebra-cabeça da mente com o coração, vale riso, piada interna, laços inventados. Vale companhia, sorriso, presente surpresa. Vale estar perto e odiar, e estar longe e odiar mais ainda. Vale birra, greve e bico. Vale o dia, noite e madrugada. Vale nascimentos e velórios. Vale se perder no caminho, passear sem destino. Vale abraços apertados pra esquentar e cafuné pra dormir. Vale inventar apelidos e chorar junto. Vale ter trilha sonora e saber identificar o humor num olhar. Vale pagar a conta, cozinhar. Vale pagar mico e passar enrascadas juntos. Vale faltar à aula e entender o mau humor. Vale abrir mão de algo e sempre achar que fez o certo.
E assim, de um jeito "tão...tão...." completo, a gente sempre acha alguém que nos completa. Sim, duas vezes mesmo. Repeti pra ter certeza de que por ser completo, não falta nada.
"O outro é o outro, e assim mesmo nos completa. E isso faz bem." (Flávio Gikovate)


Beijo-Li
;-)


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Saudade.

Olás, 


Somos os únicos donos da palavra Saudade. 
Saudade de épocas, ambientes, músicas, gostos, cheiros. 
Mas a saudade, por vezes também assume personalidades, se transforma em atos e momentos. 
Saudade das ligações noturnas intermináveis, do toque suave na mão. 
Saudade da voz, do sorriso lisinho e branco. 
Saudade do sotaque e de rir com as gírias curiosas que usava.  
Saudade da saudade que vinha com o período sem se ver. 
Saudade do apoio, da segurança e do all star preto que combinava tão bem. 
Saudade do sorriso que vinha estampado como que de fábrica. 
Saudade do cheiro e da pele, da barba e do corte de cabelo. 
Saudade dos tours por São Paulo. Das brigas por desconto e de ouvir que os paulistas são todos uns estressados. 
Saudade do olhar de admiração e carinho. 
Saudade do tom de voz, que mudava de maneira dócil pra agradar. 
E ainda assim, anos depois, existe saudade. 
No dicionário, ela aparece como: Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas. Nostalgia. Lembranças.

Mas pra mim, Saudade é claramente um sinônimo de: coisas que dificilmente eu vou esquecer.


Beijo-Li
;-)





domingo, 22 de agosto de 2010

Mais do mesmo.

Essa frase ecoou na minha cabeça hoje. Talvez por ouvir os mesmos assuntos de algumas pessoas. E isso ser contrário à uma das minhas mais marcantes características: sou ávida por novidades, por informação, pelo diferente, por tudo aquilo que eu não conheço. 
Gosto de descobrir, de saber algo novo, de me informar. Enfim, isso inclui, claro, conhecer gente de várias áreas, vários estilos, gastar tempo em leitura de assuntos desconhecidos e ficar amiga de outros 'curiosos' como eu. 
Tá...e daí? É, e daí? 
Bom, e daí que eu tenho amigos com quem converso sobre moda e estilo, outros que discutem horas sobre ciências, alguns com quem compartilho a paixão por história e filosofia. Também tenho os que me ajudam nas análises psicológicas, que me ensinam a fazer tricô, que contam histórias da bíblia e me revelam detalhes das entrelinhas. Alguns que cantam comigo e me ajudam a descobrir novas 'vozes' nas músicas. Que me ensinam o funcionamento de um porto, um navio, ou ainda me contam como fazer uma laje sem que ela caia na cabeça de alguém. Os que dão dicas de culinária, que me ensinam a fazer uma gravata, a cuidar melhor do carro.
O fato é .... o que você extrai das pessoas? 
O insight deste post foi um amigo que frequenta a mesma comunidade que eu. Não temos o contato diário de amigos íntimos, mas é alguém com quem ganho (sim, ganho) boas horas conversando. Também não temos a mesma idade, o que torna a amizade ainda mais curiosa. Poderia passar horas com ele, que acho que conversaríamos sobre tudo. Da pobreza do outro lado da rua à vida abastada e fashion das capas da Vogue. Nos entremeios poderíamos passar sobre religião, cristianismo e receita de macarrão. Ele é um cara lindo, se tivesse mais 8 anos...enfim..heheheheh
Pergunto de novo (pra mim também): o que você extrai das pessoas?
O que leva com você, que te acrescenta, que te edifica, te informa?
Se a maioria dos seus contatos está fraca, se não sai nada novo, mude um pouco. Desintoxique. Recicle. 
Não precisa ser um camaleão ambulante. Seja "mais" do mesmo.


Post dedicado ao queridíssimo Lucas Alves. 
Beijo-Li
;-)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Tudo é só isso.

Olás, 


Tenho 26 anos. Mas às vezes, me pego lembrando de sensações da infância. Sim. 
Eu lembro por exemplo, da sensação de pressão entre os meus dedos abrindo e fechando a mãozinha quando eu era recém-nascida. Lembro cheiros e gostos da infância. Do som de alguns dos meus medos. De algumas palavras, e elas me lembram sensações, sentimentos. Lembro também do som de alguns sorrisos marcantes que dei e do peso de algumas lágrimas que já escorreram pelo meu rosto. 
Talvez seja loucura, inconsciente super desenvolvido, deja vu...sei lá. Eu lembro. E ponto.
O gosto da limonada feita pela minha vó, quando eu almoçava lá, todos os dias depois da escola. 
O cheiro do xampú que eu usava na adolescência. A textura dos papéis de carta que colecionava. 

A cara que a professora da 4ª série fez quando eu disse que o Milton Nascimento tinha voz de dor de barriga. Irritada por ter que decorar "Coração de Estudante" pela 15ª vez. 
Lembro da frase: "Você é ótima!" que a professora do colegial falou, eu não esqueci e escrevo até hoje. 
Lembro da primeira vez que eu ganhei um beijo de um menino na bochecha. E também lembro do gelado que senti no peito, quando vi de longe meu 'primeiro amor'  dando um beijo em outra na brincadeira salada mista. 
O primeiro dia no primeiro emprego. O som dos passos do chefe no corredor. 
Lembro de meus 15 anos. Sem festa, mas com minha conversão. Aqui, sozinha no quarto, e muito feliz. Foi o melhor presente que eu poderia ganhar. 
Das idas ao culto das Senhoras durante a tarde. Só pra voltar e 'roubar' amora no pé do vizinho da igreja. 
O cheiro da folha de provas no vestibular. E a importância que tinham 5 minutos quando se está cansada às 23h depois de engatar trabalho e faculdade. 
Lembro da textura da bíblia antiga que eu lia e rabiscava. 
Da sensação da primeira engatada na marcha do carro. 
Da voz na saudação da moça da AOL, dizendo: "Olá, você está online!"
Da angústia no estômago em faltar no domingo na igreja pra ir fazer TCC, durante uns 4 meses. 
Da lei da gravidade se movendo quando senti Deus mudando os planos pela primeira vez. 
Do alô em algumas ligações e do som de algumas risadas especiais. 
Do calor que senti em pegar na mão de um rapaz certa vez, e de como isso refletiu rapidamente nas minhas bochechas. 
E assim, lembrando, percebo o quanto algumas pequenas coisas são marcantes. 
Talvez, na hora, passaram lá...totalmente despercebidas. Não ganharam relevância. 
Mas hoje, lembrando, lembrando... me percebo não como adjetivos e características, mas como acontecimentos e detalhes. 

E sinceramente, gosto muito do que lembro. Às vezes, gosto mais do que lembro, do que vejo atualmente. 
E hoje, em especial, eu lembrei que meu tudo é só isso. 


Beijo-LI
;)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Eu, Li...e continuo lendo.

Exatos 4 anos de jejum de Blog quebrados nesse instante. Emoção!


Por aqui, virá o que passar na mente. Sem rodeios, placas ou freios. Talvez um sinal vermelho, uma multa pra disciplinar. Ou ainda, um passeio despretensioso, sem motivo. Ou um sério e perigoso, daqueles que deixam marcas no chão. 


Dica pra ler e continuar bem. Não leve tudo (aqui) a sério. E mais, espalhe, comente, mostre-se. 


Pra estréia, resgato um texto de Fevereiro/2006. 



Nissin Love. Amor Lámen.

O povo anda apressado. Querendo transformar a vida amorosa numa grande refeição... literalmente... (sim, tem uma piada de duplo sentido aí.)
Você quer alguém que seja fácil de encontrar, não custe muito e que num instante esteja pronto pra você!
Um amor que fique pronto em 3 minutos!
Basta mexer um pouquinho, e zás: o cheirinho da paixão e o saborzinho do amor estão prontos pra serem devorados!
O problema é que nem sempre a receita dá certo. Na maioria das vezes, algo desanda... a pressa pra se “cozinhar” e a falta de habilidade podem ajudar a dar início a uma gororoba sentimental...
Perdem-se os limites na rapidez dos acontecimentos, e na pressa alguém sempre sai queimado.
Ok... passar “fome” não é nada bom, mas comer cru e passar mal não é lá muito agradável...
Subjetivo demais?
Entenda. Amor não é instantâneo... pode parecer, mas não é...
Amor gostoso é aquele cozido em fogo brando, mexendo sem parar, com todo cuidado pra não grudar no fundo da panela.
A receita pode não render muito, mas fica deliciosa.
Paciência...
“O amor que se procura é bom, mas o que não se procura é melhor.” W.Shakespeare

Beijo-Li
;)